quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Cuidados ao se pilotar moto com gelo ou neve na pista


Durante o planejamento de uma viagem de moto, sempre procuro por períodos que fujam do calor intenso ou de temperaturas muito baixas. No geral, aprecio muito o outono ou a primavera para realizar essas viagens.
Mesmo tendo esse cuidado, numa viagem de moto no exterior, poderemos enfrentar temperaturas muito baixas. Foi assim, em 2013, quando estava na Espanha, e chegou uma frente fria. Estávamos indo de Madri para Segóvia, e a neve apareceu. Inicialmente, ficamos encantados com tamanha beleza, mas preocupados na condução de nossas motos. Afinal, não é comum ter esse tipo de experiência no Brasil!


Diante do nosso próximo projeto de explorar os Pirineus, migrando por diversos pasos entre Espanha e França, no mês de maio do próximo ano, a possibilidade de enfrentar a neve de moto volta a ser uma realidade. Serão 1.300km de muitas curvas por essa cadeia de montanhas, com estradas variando de 900 até 2.000 metros de altitude. 
Então, como pilotar com o frio e a neve? 
A primeira preocupação é com o frio, pois ele é um inimigo perigoso para a saúde e também para a segurança de qualquer motociclista. Depois de certo tempo pilotando com a temperatura do corpo baixa, os reflexos ficam lentos, o raciocínio é afetado e perdemos o necessário “jogo de cintura”. Neste contexto, cometer erros acaba sendo algo provável até mesmo para os mais habilidosos ou experientes ao guidão.
Como escapar dessa armadilha? Óbvio: vestir-se adequadamente, com trajes técnicos dotados de proteções, e com forros removíveis, item que pode fazer muita diferença!
A segunda preocupação é com a condução da sua motocicleta, principalmente se a camada de neve estiver superior a 2cm (em muitos países, para trafegar de carro, devido a possibilidade de derrapagens, já há a obrigatoriedade do uso de correntes (cadenas) nas rodas).  Nesta condição, é melhor interromper o seu passeio. Pare em local seguro ou não siga em frente e retorne!
Deve-se prestar atenção também na possibilidade de haver gelo na pista, que é até bem pior que a neve, pois além de mais escorregadio, o gelo é difícil de ser percebido. Mesmo se não houver neve na pista, mas existir no acostamento, é possível que existam placas de gelo no asfalto. Portanto, dirija devagar e fique sempre atento!

Quando há neve, ou existe a possibilidade de ter gelo na pista, pode-se usar também um produto de spray aplicado nos pneus, o qual é antideslizante. Deve ser aplicado na banda de rodagem dos pneus (face da borracha que fica em contato com a pista), criando uma película e aumentando assim a sua aderência ao asfalto. O spray deve ser reaplicado a cada 30Km, pois após esta distância, ele perde seu efeito. Cuidado para que o spray não atinja os discos e pastilhas de freio. Os fabricantes também recomendam aguardar alguns minutos após sua aplicação. Custa no exterior em torno de 20/25 dólares cada frasco. Em países com ocorrência de neve, são encontrados até em lojas de conveniência de postos de gasolina ou em supermercados.


No caso de gelo na pista, nunca tente controlar a moto pisando no freio. Tire a mão suavemente do acelerador, reduzindo a velocidade com o freio motor.
Com neve na pista, dirija sempre devagar (máximo de 50Km/h) e sem freadas, aceleradas ou guinadas bruscas. Utilize o freio motor para reduzir a velocidade da moto. Uma mudança repentina na aderência do veículo à pista pode provocar uma derrapagem. 
Algumas dicas na condução da sua moto, na neve ou no gelo, são:

• evitar acelerar e desacelerar bruscamente;

• evitar ultrapassagens;

• antecipar a necessidade de parada da moto, evitando o uso dos freios;

• dirigir devagar;

• manter uma distância segura do carro a sua frente;

• evitar andar na frente de caminhões e ônibus, pois estes precisam de uma distância de frenagem muito grande; e

• ficar atento às placas informativas, pois elas estão sempre nos locais onde é comum a presença de neve ou gelo na pista.

Em síntese, a melhor dica de todas para dirigir na neve é: conduza sua moto devagar e com prudência. O segredo é ter paciência e não se afobar só porque os outros andam mais rápido que você!
Aproveite o seu passeio e curta sempre o seu dia sempre!

sábado, 29 de agosto de 2015

Viagem de moto pelo mundo

Como é bom viajar de moto!
Isso todo mundo sabe, mas para aqueles que realmente curtem esse veículo, a satisfação é indescritível.
A tendência natural, após adquirir uma moto, é querer se aventurar pelo quarteirão, pelo seu bairro, nas cidades, no estado, país e, por que não?  pelo mundo!
É neste momento que começam a aparecer as dúvidas e inseguranças. Como eu vou me sair fora do meu país andando de moto? Será que não é perigoso? Quais as despesas que devo prever e realizar? É  seguro? É melhor estar sempre em grupo? etc, etc, etc...
São tantos questionamentos, que mesmo  a pessoa tendo condições financeiras,  acaba ficando receosa e não se aventura em rodar mundo a fora de moto!
Não sou um expert em viagens de moto fora do Brasil, mas já realizei quatro, duas nos EUA e duas na Europa, e estamos  começando a preparar uma quinta viagem para o próximo ano.
De qualquer forma, um fato é certo, o planejamento é tudo! O resto, vem a reboque da diversão e da curtição!
Temos que ter em mente que uma viagem possui apenas o seu início e nunca termina. Ela, mesmo no retorno à nossa casa, continua nos nossos pensamentos, nas conversas com nossos familiares e amigos e na experiência de vida acumulada.
Investir em uma viagem é investir em você mesmo, naquilo que você levará consigo para sempre...


Até esse ponto, todos concordam. Mas andar de moto em outros países, será realmente bom?
Pela minha pequena experiência, eu digo que sim.Espetacular!!!
Nos locais onde andei, tive a certeza que o motociclista é respeitado e ajudado por todos. Estar de moto já é, por si só, um convite para iniciar uma amizade ou começar um bom bate papo em qualquer lugar do mundo.
No Brasil, há alguns problemas  que você não encontrará em um país da Europa ou nos EUA. As estradas em excelente estado de conservação, sinalização perfeita e o respeito por todos que estão transitando pelas ruas, seja de moto, carro, caminhão ou bicicleta.
As leis realmente são respeitadas.
Minhas três primeiras viagens foram em grupo, a última não. Fizemos a Andaluzia,  somente eu e minha esposa e foi maravilhoso! Cumprimos o nosso roteiro e nos divertimos muito. Nos perdemos várias vezes e nos achamos em estradas e lugares de tirar o fôlego. Não havia nenhum compromisso, a não ser se divertir e ser feliz sempre...
É lógico que estar com amigos, em uma viagem de moto é muito bom, pela segurança e companhia,  mas ter a oportunidade de fazer o que a gente quer e na hora que desejarmos, também tem uma grande vantagem ...
A nossa próxima viagem, também vamos fazer solo. Nós dois e Deus, sempre nos acompanhando por todas as estradas, pois elas renderão recordações inesquecíveis.
Viajar é sempre muito bom, se for de moto,  inesquecível!! 

sábado, 23 de maio de 2015

Condução de um grupo de motociclistas

É muito comum, nos finais de semana, grupos de amigos motociclistas se reunirem para um passeio.
Às vezes, esse grupo de amigos é de um determinado Moto Clube, onde há regras para o deslocamento e uma padronização dos sinais a serem utilizados, facilitando a condução do grupo e aumentando incrivelmente a segurança de todos os motociclistas.
Infelizmente, isso não é a regra. Pertenço a um clube de Moto Turismo, onde existem regras claras de condução em grupo, sendo condição necessária para pertencer ao Carpe Dien a realização do Curso de Conduta, inclusive para os garupas.
Alias, lembro de uma importante dica para todos, já comentado pelo Ricardo Lugris, “o garupa deve sempre participar da pilotagem” e também sinalizar para os demais integrantes de um grupamento de motos!
São sinais padronizados que facilitam e asseguram uma maior segurança para todos e um posicionamento padronizado dentro de um pelotão.
Sendo assim, como devemos encarar esses procedimentos?
Primeiramente, ao se reunir um grupo de motociclistas para realizar um deslocamento, devemos definir um líder, pessoa experiente e com bom conhecimento do roteiro a ser seguido. Esse líder deverá dar um brifim para todos os integrantes, ressaltando como serão os procedimentos de deslocamento, passagem pelos pedágios, características da rota/rodovia, velocidade de deslocamento e outros, além de definir um Anjo para o deslocamento.
Caberá a esse Anjo, última moto do pelotão, dar o suporte a qualquer um do grupamento que venha a ter algum problema durante o passeio.
Todos devem estar cientes que a habilidade de transmitir os sinais entre os participantes do grupamento dará mais segurança e confiança aos menos experientes!
Sempre com velocidade compatível com a estrada, a nossa formação, no grupamento, segue um padrão alternado das motos, formando duas filas conforme ilustração abaixo:
Não pilote em “ZIQUE-ZAQUE”, na formação, alternando constantemente entre as filas da direita e esquerda. Mantenha sempre sua posição na mesma fila no grupo!
A critério do líder, em determinadas situações, o grupo poderá formar fila única para enfrentar engarrafamentos, corredores, circular por vias secundárias etc.
Se o companheiro a sua frente deixar a formação, ocupe o lugar avançando uma posição na fila. Não troque de fila para tentar acertar a formação do grupamento!
Procure manter sua posição, no grupamento, mas se por algum motivo um companheiro passar a sua frente, não tente “recuperar” sua posição, lembre-se, não estamos em uma corrida!
Mantenha sempre uma distância constante e segura da moto a sua frente, evitando abrir “buracos”, no grupamento, ocasionando acelerações repentinas e ultrapassagens freqüentes de companheiros que seguem atrás.
O deslocamento não é uma corrida, portanto ultrapassagens constantes, no grupamento, só irão gerar desconforto para todos. Porém, se você perceber que o companheiro a sua frente segue em ritmo visivelmente mais lento que o resto do grupo, criando com isso longos buracos, faça um cordial sinal ou de um breve toque na buzina e efetue a ultrapassagem com segurança. Não “force” ultrapassagens nos seus companheiros!
(!) Atenção: Não ande fora da formação, ao lado do grupo, bloqueando a estrada, mesmo que não haja nenhum
veículo a vista!
Se desejar deixar a formação por algum instante, coloque a seta para o lado que irá sair do grupo e faça um sinal de “ok” para o seu companheiro imediatamente atrás ou Anjo, avisando que está tudo bem. Ao retornar a formação procure se posicionar no final do grupo, logo a frente do Anjo combinado em brifim.
Se tiver algum problema, durante o deslocamento do grupamento, faça sinal e dê seta para se deslocar para o acostamento. Você será acompanhado pelo companheiro que vem atrás, pois ele é o seu Anjo. Os demais seguirão normalmente, para a parada combinada em brifim, e o Anjo do grupamento também irá parar para dar o necessário apoio.
Se houver parentes ou amigos, acompanhando-o de carro, oriente-os para NÃO CONDUZIR O VEÍCULO AO LADO DO GRUPO OU NO MEIO DO GRUPO, o local correto é atrás da última moto (Anjo do grupamento) ou carro de apoio se houver.
A segurança é para todos e de todos. Procure sempre estar dentro destas orientações básicas, e manter uma posição de respeito ao amigo que esta viajando com você. Se precisar de algo, reduza, sinalize e aguarde a proximidade do anjo e do carro de apoio.

Dentre os procedimentos que o grupo pode realizar para aumentar o tempo de reação de todos e, com isso, a segurança, são os sinais padronizados.
Os principais sinais estão exemplificados abaixo e são, em sua maioria, adotados universamente.



Tenham todos uma ótima viagem e conduza com responsabilidade e segurança!

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Direção Defensiva Pilotando Motos

DICAS DE DIREÇÃO DEFENSIVA

Durante o final de ano, é comum as pessoas realizarem viagens e algumas dicas de segurança são muito importantes de serem observadas.
Abaixo, você poderá ver alguns lembretes simples que farão com que sua viagem seja mais prazerosa e principalmente segura!
1 - Antes de viajar calibre adequadamente os pneus de sua motocicleta, em situação de utilização urbana, façam o mesmo, no mínimo, semanalmente.
2 - Verifique se a quilometragem da troca do óleo não vai "passar" durante a viagem. Se for o caso, antecipe a troca do óleo antes de pegar a estrada. No caso da viajem ter uma distância a ser percorrida maior que a quilometragem programada pelo fabricante de sua moto para substituição do óleo, programe-se para efetuar tal troca durante a viagem. Lembre-se que o óleo da sua moto também vence por tempo de uso, no geral, seis meses.
3 - Nunca viaje por mais de 02 (duas) horas sem parar para descanso, promovendo um “alongamento” e aproveitando para completar o tanque de combustível, mantendo-o sempre cheio. Você nunca sabe o que vai encontrar pela frente!
4 - Ao entrar numa rodovia, ganhe velocidade pelo acostamento de forma a já entrar "embalado" na primeira pista, observando a condição de assim fazê-lo com segurança. Desta forma, você não fechará os demais veículos.
5 - Para sair de uma rodovia, diminua a velocidade gradativamente. Se houver desnível, não faça uma manobra brusca.
Mantenha sempre uma distância segura em relação ao veículo à frente. Lembre-se que, ao ultrapassar um caminhão ou ônibus, você poderá enfrentar um forte deslocamento de ar.

6 - Se o pneu furar numa ponte ou viaduto, ande com o pneu furado até o outro lado e pare em local seguro. 
7 - Ande sempre atendo a possíveis manchas de óleo na pista, principalmente nas curvas ou ao parar em pedágios.
8 - Viajando à noite, em rodovia de pista dupla, trafegue em até 100 km/h. Essa é a velocidade proporcional à visão oferecida pelo farol.
9 - No início da chuva, fique atendo à condição de sujeira e óleo na pista, que aumenta a possibilidade de deslize.
Se for pilotar na chuva, “lave” a viseira do capacete de preferência com sabonete neutro ou detergente.
10 - Durante a chuva se permita sempre ver o “rastro” do pneu de sua moto na pista. Se não acontecer é porque sua moto está aquaplanando (boiando sobre um "véu" de água), diminua a velocidade suavemente até as marcas voltarem.
11 - Lembre-se sempre que a sinalização horizontal (faixas pintadas nas rodovias), quando úmidas ou molhadas, diminuem o atrito dos pneus com o asfalto e podem causar perda de controle da moto, principalmente nas curvas. Evite sempre trafegar nestas condições sobre elas!
12 - Mantenha sempre o farol da sua moto regulado. Esse é um procedimento rápido e várias oficinas oferecem gratuitamente.
Segure o guidão com as duas mãos. Se necessitar retirar uma mão da manopla, sempre o faça nas retas e sob piso seco.
13 - Use o retrovisor para controlar suas manobras, mas principalmente use para controlar as manobras dos outros.
14 - Nunca ultrapasse entre dois veículos (corredor) se eles estiverem em movimento. Só utilize o "corredor" quando os veículos estiverem parados na pista.
15 - Quando estiver viajando, faça refeições leves. Comida pesada, bebida alcoólica e cigarro diminuem os reflexos.
16 - Sente-se em sua moto de forma confortável. Ande sempre com os equipamentos de segurança (capacete, luvas, botas, jaquetas com protetores e calças de tecido grosso) tanto para você quanto a sua garupa.
17 - Tenha todo o controle do veículo, leia o manual de instruções.


18 - Faça as trocas de marcha no tempo certo. Trocar de forma antecipada faz o veículo perder velocidade, se trocar atrasado faz o veículo reduzir e dar trancos. Nas duas hipóteses, há grande consumo de combustível.
19 - Uma curva perfeita se faz assim: antes do início da curva diminua a velocidade para a compatível com a manobra. Durante a curva acelere gradativamente, isso fará a motocicleta "assentar" na pista. Utilize, sempre que possível, o contra-esterço.
20 - Verifique, rotineiramente, as luzes de seu veículo; pisca-pisca, faróis, e neblina (se tiver).
21 - Procure fazer algum curso de primeiro socorros. Isso pode ser útil para terceiros e para sua garupa.  
22 - Se fizer tratamento com algum remédio, verifique na bula se ele provoca sono ou diminuição de reflexos. Não pilote se for o caso.

Lembre-se sempre:




1 - A cada dia que passa tem aumentado o volume de motocicletas em nossas ruas e, por consequência, tem aumentado também o numero de acidentes com as motocicletas.
2 - Um dos motivos da elevada ocorrência de acidentes com as motocicletas, em nosso país, é a falta de uma cultura consolidada no uso da motocicleta.
3 - Movidos pela necessidade de transporte eficiente e de baixo custo, muitos jovens compram suas motocicletas sem saber exatamente o que é uma motocicleta e sem saber que terão em suas mãos um veiculo extremamente perigoso, quando não utilizado de forma adequada.
4 - Essa é a dica mais importante para quem vai passar a utilizar uma motocicleta. Nunca subestime essa característica. Não se deve subir em uma motocicleta sem ter a consciência que se trata realmente de um veiculo perigoso e que nos expõe a um volume muito grande de riscos. Por menor que seja o acidente é impossível não ocorrerem consequências mais sérias.


Vejam abaixo os dados do Denatran sobre acidentes com motociclistas e reflita:
 



Tenham sempre uma pilotagem defensiva...
 
Uma ótima viagem para você!



terça-feira, 21 de abril de 2015

Espírito Motociclista

Certa vez recebemos por email este texto muito bem escrito e fiel ao espírito do verdadeiro motociclista:
 "HISTÓRIA SOBRE NÓS MOTOCICLISTAS, VALE A PENA LER.
Há algum tempo atrás um pai me disse que gastou muito tempo falando de histórias sobre nós, motociclistas, mas, para ser honesto, eu nunca prestei muita atenção. Então, como ele era muito cabeça dura, ele me fez conhecer todos tipos de motociclistas, um por um: .... “vestindo aquelas roupas, aqueles capacetes coloridos, vocês pareciam realmente durões” disse. 

Mas,  uma vez que as viseiras e óculos eram levantados, todos tinham olhos bonitos, limpos e cheios de vida; olhos onde você poderia se perder neles, chegar em suas almas e ver quão pura elas são.
 

Tirando suas roupas especiais, e, no final do dia, você veria que eles cresceram.... como crianças, nada mais que isso.

Eles gostam da vida, carnes, cerveja e "tira gosto" (pra não escrever lingüiça ou salsicha) e ainda procurando pela mãe, quando as coisas dão errado. Tem gente que diz que quando montamos em nossas motos, anjos e demônios vão conosco!  Pode ser até verdade, é um tipo de dualismo que faz esse estilo de vida ser tão rico em emoções, que fazem seu coração bater mais rápido, parecendo que vai sair pelo peito a qualquer momento.

Demônios fazem você acelerar, irracionais e violentas aceleradas, na hora que a adrenalina corre direto para seu cérebro e você fica tremendo por vários minutos. Anjos que carregam com eles a face a as vozes de quem não está mais conosco; vozes da experiência por vezes forjada situações desagradáveis.

Sim,  é verdade que você pode até morrer pilotando uma moto; isso pode acontecer com qualquer um de nós.... isso machuca... REALMENTE MACHUCA. Mas nada se compara à quantidade e qualidade de vida que torna isso em lembranças fantásticas, em "flashes" que duram uma eternidade de lembranças, aquelas risadas altas e profundas que vêm do coração, tão altas que fazem a gente ver o sol brilhar num dia nublado.

Converse com qualquer um de nós, peça-nos para dizer sobre uma história de nossos últimos "passeios", alguma curva da estrada de sua montanha preferida e você se perderá naqueles olhos sorridentes, naquele sorriso natural que gradualmente se espalha pelo rosto inteiro. Converse com qualquer um de nós, pergunte como a vida seria se algum dia tivéssemos de desistir de nossa paixão e, tudo que você irá escutar é o som do silêncio, você verá que aquele rosto sorridente do "garoto" ficará vazio como um pássaro com a asa quebrada.

Sim, você pode machucar-se fisicamente, mas acredite, não há melhor jeito de se viver o pouco tempo que nos é dado! E se você não entendeu nada até agora, não se preocupe, você nunca entenderá! Mas se um dia você estiver na estrada, na segurança de seu carro, e UM DE NOS passar vagarosamente, você verá que seu filho, sentado no banco de trás, de repente virar a cabeça, acenando empolgado, não tente entender seu filho também.

Seu filho, com toda sua inocência, vê em nós uma centelha de algo que você nunca reparou!


E o motociclista acenará também, não há nada de errado e você sabe que...
Anjos na terra se cumprimentam!


MOTOCICLISTAS, UM BANDO DE GRANDES E ESTRANHOS CARAS FELIZES EM SER MOTOCICLISTAS!"


Texto encaminhado por e-mail, autor não conhecido.
 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Realizando curvas de moto usando o contra-esterço de guidom.


Eu sempre tive certa dificuldade em realizar curvas, principalmente no período em que possuía a minha Boulevard C-1500. Essa moto, não raras vezes, tinha a tendência de sair de frente e eu não sabia como corrigir adequadamente, principalmente no meio de uma curva.

Falando com o meu amigo Galdino do Carpe Dien, que também tinha uma Boulevard C-1500, fiquei sabendo como aplicar a técnica do contra-esterço, a qual eu gostaria de compartilhar com todos.

Existem vários aspectos que devem ser considerados numa curva; tais como redução de velocidade, posição do corpo, piso, raio e inclinação da curva e muitos outros. Tudo isso a gente aprende com o tempo, mas uma técnica é muito pouco divulgada aos motociclistas que é o contra-esterço.


Afinal de contas, o que é isso?


Inicialmente, temos que ter em mente que uma roda, girando a uma certa velocidade, tende a estabilidade. Esse efeito se chama giroscópio. Quem, quando criança, não brincou em rodar um pneu e ver que com o aumento da velocidade ele tendia a ficar estável e seguir na reta sozinho. É justamente o que ocorre com uma motocicleta, principalmente em velocidades acima de 40km/h.

Sendo um objeto estável quando está andando, a moto possui certa dificuldade de realizar curvas. É por isso que o piloto precisa desestabilizar a sua moto para realizar uma curva. Sendo assim, se você quer realizar uma curva para a direita, precisa pressionar levemente o guidom para a esquerda. Para facilitar esse raciocínio, basta colocar na cabeça que temos que fazer uma leve pressão com a mão no guidom no lado que realizaremos a curva. Assim, curva para direita, empurramos levemente o guidom para a esquerda com a palma da mão direita e vice-versa. 

Essa leve pressão fará com que a moto incline para o lado que você quer fazer a curva. Lembre-se que a pressão a ser exercida para o lado oposto da curva é muito pequena, praticamente imperceptível a olho nu e que quanto maior for a força, maior será a inclinação da sua moto.

Para começar a exercitar essa técnica, aconselha-se a executá-la em uma reta, com velocidade superior a 40km/h, e sem trânsito na via. Com a moto no centro da pista e com as duas mãos no guidom, pressione levemente com a palma da mão esquerda o guidom para a direita e você vai observar que a moto fará uma curva para a esquerda.

Devido a grande velocidade das motos de competição, podemos observar a aplicação por parte dos pilotos da técnica do contra-esterço. Repare na posição da roda dianteira das motos abaixo em relação ao lado da curva que realizam.


Vá treinando e você verá que a aplicação dessa técnica para realização das curvas com a moto aumentará muito mais a sua confiança e segurança na pilotagem.

Para melhor exemplificar o que estamos falando, veja o vídeo abaixo, pois ele explicará em detalhes tudo o que abordamos até agora.  
  

quinta-feira, 26 de março de 2015

Desmistificando o Óleo do Motor


Nesses últimos anos, eu sempre colocava o óleo MOTUL 3000, 20W50, na minha moto e nunca parei para entender as especificações desse produto.

No manual da minha R1200GS, tinha um gráfico muito interessante e útil. Ele faz a gente pensar sobre o melhor óleo para a nossa moto em função da utilização dela. Vejam só!



A gente se importa muito com marca de óleo e não se liga para as suas especificações aplicadas às necessidades de se rodar pelo Brasil a fora. Olhando essa tabela, o óleo 15W50 é mais que suficiente, visto que aqui ninguém anda abaixo de -15ºC e dificilmente teremos 50ºC de temperatura, muito embora o Rio de Janeiro esteja, neste verão, bem próximo desse valor!

Os óleos lubrificantes são substâncias utilizadas para reduzir o atrito de funcionamento do motor, lubrificando, limpando e aumentando a sua vida útil. Para tanto, é extremamente importante entendermos alguns termos que nos deparamos quando precisamos decidir qual óleo deveremos utilizar nas nossas máquinas.

Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal (óleos graxos), derivados de petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos sintéticos), podendo ainda ser constituído pela mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos).

As principais características dos óleos lubrificantes são a viscosidade e a densidade.

A viscosidade mede a dificuldade com que o óleo escorre (escoa); quanto mais viscoso for um lubrificante (mais grosso), mais difícil de escorrer, portanto será maior a sua capacidade de manter-se entre duas peças móveis fazendo a lubrificação das mesmas.

Densidade indica o peso de uma certa quantidade de óleo a uma certa temperatura, é importante para indicar se houve contaminação ou deterioração de um lubrificante.

Para conferir-lhes certas propriedades especiais ou melhorar alguma já existentes, porém em grau insuficiente, especialmente quando o lubrificante é submetido às condições severas de trabalho, são adicionados produtos químicos chamados de aditivos.

Os principais tipos de aditivos são: antioxidantes, anticorrosivos, anti-ferrugem, antiespumantes, detergente dispersante, melhoradores do Índice de Viscosidade, agentes de extrema pressão, etc.

Classificações dos Óleos para Motores

Para facilitar a escolha do lubrificante correto para veículos automotivos várias são as classificações, sendo as principais a SAE e API.

Classificação SAE:

Estabelecida pela Sociedade dos Engenheiros Automotivos dos Estados Unidos, classifica os óleos lubrificantes pela sua viscosidade, que é indicada por um número. Quanto maior este número, mais viscoso é o lubrificante e são divididos em três categorias:

Óleos de Verão: SAE 20, 30, 40, 50, 60 
Óleos de Inverno: SAE 0W, 5W, 10W, 15W, 20W, 25W 
Óleos multi-viscosos (inverno e verão): SAE 15W40, 20W50, 15W50, 5W40, etc.
Obs: a letra “W” vem do inglês “winter” que significa inverno.

Graus menores suportam baixas temperaturas sem se solidificar ou prejudicar a "bombeabilidade" do motor. Um óleo do tipo mono grau (SAE 90) só pode ser classificado em um tipo escala. Já um óleo multi grau (SAE 15W50) se comporta a baixa temperatura como um óleo 15W, reduzindo o desgaste na partida do motor ainda frio, e, em alta temperatura, se comporta como um óleo SAE 50, tendo uma ampla faixa de utilização (de -15ºC até 50ºC).

Classificação API:

Desenvolvida pelo Instituto Americano do Petróleo, também dos Estados Unidos, baseia-se em níveis de desempenho dos óleos lubrificantes, isto é, no tipo de serviço a que a máquina estará sujeita. São classificados por duas letras, a primeira indica basicamente tipo de combustível do motor e a segunda o tipo de serviço.

Para motores de veículos leves (Ciclo Otto) o “S” de Service Station (Postos de Serviço, Garagem) ou Spark (Faísca / Centelha), e a outra letra define o desempenho.

O óleo SJ é superior ao SH, isto é, o SJ passa em todos os testes que o óleo SH passa, e em outros que o SH não passa. O Óleo SH, por sua vez, é superior ao SG, assim sucessivamente.

O Instituto Americano do Petróleo (API) estabelece estes parâmetros de desempenho, através de uma sequência de testes complexos e específicos, de acordo com metodologias padronizadas pela ASTM (American Society for Testing and Materials).

Veja a abrangência da proteção do seu motor para cada tipo de classificação API no gráfico abaixo. Quanto maior a segunda letra, maior será o desempenho do óleo do seu motor.


Observe agora a evolução do desempenho dos óleos lubrificantes ao longo dos anos:



A troca de óleo:

As recomendações dos fabricantes em relação aos intervalos para mudar o óleo baseiam-se em condições extremas de condução. Estas condições nem sempre correspondem às viagens longas em autoestrada. Quanto mais curtas forem as viagens, menor deve ser o tempo entre cada troca de óleo. Viagens curtas (inferiores a 15 Km), conduzir em estradas com muita areia ou poeira, ar frio que impeça o motor de aquecer totalmente até alcançar uma temperatura normal de funcionamento, ou se o motor trabalhar em condições severas (altos giros de funcionamento por períodos prolongados), são fatores que provocam a degradação do óleo. 

Estatísticas mostram que a maioria dos motociclistas que utilizam seus veículos, nas cidades, enquadram-se em uma dessas condições acima, requerendo trocas de óleo do motor com intervalos menores.

Sintético ou Mineral

A principal diferença entre os dois está na manutenção da estabilidade da viscosidade do produto. O sintético mantém a estabilidade por mais tempo do que o mineral, mas há outros fatores relacionados que costumam influir nessa teoria, como a qualidade da gasolina, por exemplo.

Por não ser puro (pois a gasolina leva na mistura álcool), o combustível provoca o aparecimento de substâncias que fazem com que a estabilidade obtida pelo óleo sintético não seja tão efetiva, diminuindo a capacidade de lubrificação, o que é grave principalmente em motores de alto desempenho.

O óleo semi-sintético foi criado para ser um meio termo entre o mineral e o sintético. Nesses casos, basta seguir as orientações das empresas fabricantes de motocicletas constantes nos manuais que vem junto com a moto.

Dica importante:

1 - Nunca misture óleo sintético com mineral, pois algumas marcas de óleo sintético não se misturam ao mineral. Também não se deve misturar óleos sintéticos com semi-sintéticos, pois poderá haver incompatibilidade entre aditivos, ocasionando até mesmo a neutralização de alguma função. No caso de óleos minerais com o mesmo nível de desempenho e mesmo grau de viscosidade, não há problema em misturá-los;

2 - Quando se utiliza um lubrificante com nível de desempenho inferior ao recomendado pelo fabricante do veículo, mesmo reduzindo o período de troca, pode haver problemas de formação de borra devido ao envelhecimento (oxidação) precoce do lubrificante, ou comprometimento da função de lubrificação do motor pelo óleo;

3 - Os óleos lubrificantes de qualidade já possuem, de forma balanceada, todos os aditivos para que seja cumprido o nível de desempenho ao qual foi desenvolvido. Não há testes padronizados que avaliem o desempenho de mistura de óleos com aditivos extras. Pode haver incompatibilidade entre o óleo lubrificante e a aditivação suplementar e a borra é uma consequência deste problema;

4 - Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o nível correto de óleo no motor se encontra entre os dois traços e não só no traço superior. Se o óleo fica abaixo do mínimo da vareta, o motor pode ser prejudicado por falta de lubrificação. Se o óleo fica acima do máximo da vareta, haverá aumento de pressão no cárter, podendo ocorrer vazamento e até ruptura de bielas; e

5 - É importante que se espere pelo menos 5 minutos após o motor ter sido desligado para se medir o nível do óleo. Isto porque, neste tempo, o óleo vem descendo das partes mais altas do motor para o cárter e assim podemos ter a medida real do volume de óleo.

Filtros de Óleo:

O filtro de óleo tem fundamental importância para manter o óleo limpo e impedir que resíduos da contaminação (sujeira do ambiente, partículas de desgaste de componentes, etc.) passem para o motor e venham a causar danos. Ao comprar um filtro de óleo é importante seguir as instruções dos fabricantes da motocicleta, observando inclusive o período de substituição deste. As impurezas existentes no óleo e não retidas no filtro, passam a circular no óleo e provocam rapidamente o aumento do desgaste de várias peças do motor.

Agora que você sabe tudo sobre óleos lubrificantes, o motor da sua moto vai respirar saúde e falar alto sem aparecer aquele barulhinho fora do normal. Lembre-se que de uma boa lubrificação depende o desempenho, a durabilidade e o bom retorno na venda de sua moto!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Dias 21, 22, 23, 24, e 25 set – Parte 2 da 2ª Etapa da Rota dos Mouros


Como é bom estar entre amigos, ainda mais neste lugar mágico, o lago Maggiore,  em Taino. O Edemir e a Vera nos receberam de braços abertos. Logo cedo eles nos levaram para a linda cidade Angera, à beira do lago Maggiore,onde  tomamos um café delicioso, e em seguida partimos pela A-23 em direção a Torino e após Albertville, já na França.



Optamos por cruzar os Alpes pelo túnel Fréjus, com uma extensão de 12,9km. Ficamos admirados não só pelo seu tamanho, como pelo valor do pedágio que pagamos – quarenta euros! Já no lado francês, ficamos um pouco decepcionados, pois estava muito nublado e não deu para curtir mais ainda a bela paisagem daquela região.


Já na França, decidimos programar o GPS para andar pelas belas estradas secundárias em direção a Annecy, passando por Albertville. Simplesmente lindo!

Chegamos ao hotel e, em seguida, já saímos em busca de mais belas paisagens ao lado do lago de Annecy, tanto por suas águas cristalinas, quanto pelas montanhas ao seu redor. Não há palavras para descrever essa região. Maravilhoso!






O dia 22 foi dedicado a conhecer de perto toda a cidade de Annecy. De tão bela, cancelamos até a nossa ida até Genebra.
Saímos do hotel em direção ao centro histórico de Annecy. A todo momento parávamos para bater fotos de uma cidade extremamente bem cuidada e lotada de turistas, que ficavam, como nós, maravilhados por tanta beleza - ruelas sempre bem cuidadas e floridas!






A ilha de St Joseph, que fica dentro da cidade, num braço de rio que desagua no lago, é um encanto. Fomos ajudados pelo lindo dia que estava fazendo, com um céu de um azul sem igual.





Já na hora do almoço, aceitamos a sugestão do "chef de cuisine",  degustamos um rosbife com batatas e salada, tudo regado a um bom vin rouge nacional...
À tarde, mais passeios e fotos, principalmente pelos canais, onde os barcos ficam estacionados nesta cidade dos sonhos...











Aproveitamos muito a cidade, incluindo passeio noturno pelo centro histórico todo iluminado. Encontramos com uma família japonesa muito simpática e, para variar, batemos até fotos juntas.
Eles ficaram impressionados quando comentamos que fizemos todo o percurso pela Andaluzia de moto...


Dia 23 partimos em direção a Chamonix para conhecer o famoso Mont Blanc, ou Monte Bianco, como queiram! O dia estava perfeito e prometia...
Decidimos que utilizaríamos apenas estradas secundárias para aproveitar ainda mais as paisagens, fugindo das auto estradas e pedágios. Foi uma sábia decisão!
Fomos em direção a Albertville e pegamos a estrada D909, passamos bem perto do Aiguille des Glaciers (encontra-se entre a Alta Saboia da França e o Vale de Aosta da Itália, fazendo parte da divisória de águas entre o Mar Adriático e o Mar Mediterrâneo), imponente com seus 3.818m com o topo todo nevado. Mais adiante, ficamos encantados com a cor da água e a beleza do Lac de Roselend. Um deslumbre.









Seguimos em direção a Chamonix e a emoção bateu mais forte ao avistarmos o Mont Blanc. Lindo e completamente nevado, tendo ao fundo um céu de brigadeiro... Foram fotos, filmes e mais fotos. Queríamos que o tempo não passasse e que não precisássemos continuar a nossa viagem em direção a Taino... Pura magia.







Entramos no túnel Mont Blanc, com seu 11,7km, em direção a bela Itália, para apreciar agora o Monte Bianco. Outra vista sensacional dos Alpes, agora pelo lado italiano.






Mais uma vez chegamos ao acolhedor lar dos nossos amigos Edemirhu e Vera para bater um bom papo e desfrutar da hospitalidade desse lindo casal.
Dia 24, partimos cedo para o aeroporto de Milão (Malpensa). Devolvemos o nosso carro e pegamos o TAP para Lisboa. Parecia que já estávamos voltando para nossa casa.
Dia 25, saímos cedo do hotel de Lisboa para pegar o nosso voo de retorno ao Brasil. Embora a decolagem tenha atrasado duas horas, o voo foi tranquilo e chegamos, no início da noite, em Sampa. Como é bom estar em casa novamente...
Agora, é continuar curtindo a nossa viagem, pois ela teve um início, mas nunca terá um fim... Sempre vai ficar gravada em nossa memória todos esses momentos maravilhosos!