terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A “Indústria das Multas” com Radares Móveis

Por diversas vezes a gente escuta que a instalação de radares, no Brasil, virou uma verdadeira indústria das multas, com o objetivo único de arrecadação de dinheiro e não o da educação voltada aos motoristas.
Recentemente, percebi, andando pelas rodovias Carvalho Pinto e Tamoios, que esta indústria das multas também está migrando para os radares móveis. Fiquei tão intrigado que parei e bati algumas fotos.
Rodovia dos Tamoios - SP

Rodovia Carvalho Pinto - SP
Hoje, pelo menos nestas rodovias estaduais, não é somente a Polícia Militar Rodoviária que realiza a fiscalização de velocidade dos carros. Existem pessoas que levam esses radares para pontos previamente cadastrados nas rodovias (vejam que o local de colocação do radar é marcado na lateral da estrada), utilizando carros descaracterizados. Tudo para não chamar a atenção dos incautos motoristas.

Rodovia dos Tamoios


Rodovia Carvalho Pinto
A gente tem a impressão que há pessoas que compram radares e levam para a beira da rodovia para colocar a sua “ferramenta de trabalho” para gerar dinheiro. Muitas das vezes são carros simples que não chamam a atenção, como este Fusca parado monitorando o radar do Km 35 + 650m Sul da rodovia dos Tamoios, ou o Pálio, monitorando dois radares no KM 108 + 500m em ambos os sentidos da Carvalho Pinto.

O que eles e outros que eu já avistei têm em comum é estar sempre fora da rodovia (nunca estão no acostamento) e sempre protegidos por uma mureta de concreto ou guard rail. Assim, podem multar a vontade e não correrem risco de abalroamento, além de ficarem perto dos seus valiosos equipamentos para não serem danificados por um eventual motorista cansado de ser extorquido.


No último sábado, dia 17 de dezembro de 2016, existiam três veículos desse tipo na Tamoios. Esta rodovia foi duplicada há mais de três anos e possui velocidade compatível com o trânsito urbano. Os limites de velocidade variam entre 80 e 60 km/h para carros e motos que, tranquilamente, poderiam trafegar com segurança a 100 km/h!
Com essas constatações, sempre fique atento ao limite de velocidade das rodovias e, principalmente a carros descaracterizados parados próximos ao guard rail e fora do acostamento. Repare que muito próximo a eles haverá um radar (pequeno ponto preto) logo acima da mureta para tornar você mais uma vítima da indústria da multa!
Olhem só este vídeo e constatem mais este absurdo!
https://www.youtube.com/watch?v=Az8O2FWItLQ

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Como pilotar em um grupo de motocicleta; 8 dicas práticas



Há algum tempo atrás, conversando com alguns amigos, fiquei surpreso ao me falarem sobre as dificuldades que eles sentiam ao se deslocarem de moto com outras pessoas. Eram coisas que eu não tinha nem imaginado, pois, pertencendo a um moto grupo, já estava bem habituado a esta situação.
Alguns falavam do desconforto e até medo de andar próximos a outras motos e lamentavam este sentimento, pois nada mais agradável do que ir passear com amigos!
Atualmente, com a escalada de violência no Brasil, andar em grupo tem sido mandatório para nós motociclistas. Mas, para isso, algumas regras de conduta devem ser observadas, evitando qualquer desconforto e aumentando em muito a segurança em deslocamentos de motos em grupos.
Com isto, é muito importante que todos os integrantes de um grupo de motos conheçam algumas dicas de como se portar em um deslocamento.

1- Chegue na hora combinada
Se foi combinado um horário de saída, procure cumpri-lo. Lembre-se de cumprimentar todos os amigos que participarão do passeio. Aproveite o prazer da convivência com outros motociclistas!

2- Chegada com o tanque cheio.
Uma das coisas que mais incomoda num deslocamento de um grupo de moto e ter que parar para abastecer, pois alguém não encheu o tanque da sua moto. Chegue para o passeio com o tanque cheio de gasolina!
Para facilitar, marque, sempre que possível, o ponto de encontro para saída do passeio em um posto de gasolina. Lá, fica fácil verificar a sua moto (calibragem dos pneus, abastecimento e óleo do motor), além de tirar a “água do seu joelho”!

3- Procedimentos em rota.
Quem for liderar o grupamento, na hora marcada, deve realizar um brifim, onde vai dar as dicas do roteiro do passeio, os procedimentos nos postos de pedágio, velocidade de deslocamento, dicas de estacionamento no local de destino e, principalmente, os comentários a respeito de panes e emergências. Ao término do brifim, é se equipar e dar partida nos motores!

4- Deslocamento em formação.
Durante os deslocamentos, os integrantes deverão permanecer defasados uns dos outros e a uma distância segura entre as motos, normalmente um intervalo de 5 segundos.
Maior segurança e visualização
Não faça ziguezague! Só troque o lado da pista se o motociclista da frente efetuar a troca e sempre sinalizando o que irá fazer. 
Todos devem estar na mesma pista, a moto a sua frente em uma lateral e você na lateral oposta.
Mantenha sempre a sua posição
A regra estabelece que a distância de segurança entre dois veículos deve ser aquele que permite parar em caso de travagem brusca, sem colidir com o veículo à frente.
Por exemplo: asfalto seco a uma velocidade de 120 km/h precisaria aproximadamente de 150m para parar.
Em uma posição defasada em relação a moto à sua frente, temos uma maior visibilidade para ver a estrada e ainda deixamos um espaço de segurança para a parada ou desaceleração da moto à sua retaguarda!

5- Níveis de experiência.
A experiência em relação ao motociclismo é muito importante. O líder de um grupamento deve ser sempre um dos mais experientes. Aqueles com menor experiência deverão ficar loco atrás do líder, como forma de assimilar a sua condução. Os demais poderão ficar por último, pois terão condições de ajudar aqueles que estão à sua frente sem maiores transtornos.
Seguindo este raciocínio, vemos que aquele que fecha o grupo de deslocamento também deve ser um motociclista de larga experiência!

6- Sinais básicos de comunicação.
Não há nada mais absurdo do que tentar falar com um companheiro de viagem com o capacete e o motor ligado. Assim, devem ser combinados os sinais visuais que serão utilizados nos deslocamentos. Isto antecipa reações e aumenta consideravelmente a segurança de todo o grupo!

7- Velocidade.
É muito importante respeitarmos os limites de velocidade de uma rodovia, mas mais importante é respeitarmos os limites de capacidade de pilotagem dos integrantes de um grupo de moto. O líder do grupo tem que saber o limite dos participantes e adequar a condução do grupo para que todos possam se deslocar com absoluta segurança.

8- Coloque o sistema de volta para casa.
Mesmo diante da descontração de um passeio, ele só acaba com a sua chegada em segurança em casa. Assim, aplique todas essas dicas tanto na ida como no retorno!


Viajar de moto é muito bom e viajar com um grupo de amigos é muito melhor. Mas tudo isto deve ser realizado com muito prazer e segurança. Siga sempre essas dicas e aproveite ao máximo o prazer que você pode desfrutar em cima de uma moto.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Vida de Aviador



Ontem, foi o Dia do Aviador, dia consagrado a todos aqueles, aviadores militares e civis, que dedicam suas vidas a esta profissão apaixonante.

Como aviador e militar que sou, costumo dizer que tive o privilégio de ter uma profissão ligada ao meu hobby. Quem não desejaria receber remuneração para fazer aquilo que te diverte que te dá prazer e principalmente que é uma verdadeira paixão?

Às vezes, me pego refletindo a respeito da minha profissão e das mais de 6.300 horas de voo que realizei principalmente na aviação militar. Foi um aprendizado muito grande, onde aprendi a respeitar aqueles que dão o suporte de manutenção de nossas aeronaves e os que dedicam suas vidas a salvar outras vidas.

É muito bom a gente se sentir útil, em saber que o nosso trabalho dá frutos ao país e ajuda as pessoas. Foram vários os voos transportando doentes, que necessitavam do apoio médico para sobreviver. Me lembro de uma vez que resgatei um Filandês, em Fernando de Noronha, e levei para Recife, ele tinha sofrido um enfarto e precisava de cuidados médicos urgentes, ou de vários voos transportando crianças para Bauru para realizarem cirurgia de lábio leporino

Voar nas asas da FAB e conhecer tribos indígenas, transportar remédios e comida e levar alegria às mais remotas regiões do Brasil não tem preço. Hoje, posso afirmar que conheço este imenso país continente graças ao avião e a Força Aérea, até mesmo sobrevoar lugares onde quase ninguém foi como o Atol das Rocas ou Abrolhos...
 
Realizei tudo isso com prazer absoluto, pois quando nos dedicamos ao nosso hobby não há sofrimento e sim a sensação de realização! 


Parabéns a todos os aviadores! Que continuem a realizar os seus sonhos e a levar cada vez mais alto a bandeira do nosso país!

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Gasolina estraga?


Certa vez, vi um anúncio de uma moto em que o dono falava que ela estava parada há anos. A gente tem que saber que tudo possui um prazo de validade. São poucas as coisas que não requerem manutenção alguma ou que não possuem uma data limite de utilização.
Este raciocínio também é válido quando falamos dos líquidos que existentes em nossas motos.
Temos que ter cuidado com os fluidos dos freios e da embreagem, que, no geral, possuem dois anos de validade. Eles têm como característica a propriedade de absorver a umidade do ar, perdendo a eficiência com o passar dos meses.
Um outro exemplo bem sabido é o óleo do motor, que, geralmente, caso mineral, possui seis meses de validade e, no caso de sintético, até um ano no máximo. Acima deste prazo, o óleo lubrificante começa a oxidar e perde a eficiência de lubrificar e proteger o motor, a embreagem e a transmissão.
Agora, e a gasolina? Ela estraga?
A gente nunca teve esta informação, mas a gasolina, embora não divulgado, também tem prazo de validade. No geral, ela deve ser usada em até três meses se for da comum, seis meses da aditivada, ou um ano, se for a Podium.
Quando ocorre a oxidação (envelhecimento) e a evaporação de compostos leves, a gasolina torna-se mais densa e tende a formar depósitos de goma no tanque, nas tubulações, nos injetores (ou nos carburadores). Os principais problemas são dificuldade em dar a partida do motor e “engasgos” no funcionamento, o que pode aumentar o consumo do veículo e prejudicar o seu desempenho.
Veja o vídeo abaixo e saiba o que ocorreu em uma moto que usava gasolina comum e ficou parada por cerca de um ano. 


Saiba que a melhor coisa para conservar um veículo é usá-lo, além de fazer o plano de manutenção previsto pelo fabricante.
Bons passeios!!! 

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Viajar de moto, porque é tão bom?

Essa é uma matéria muito interessante que está no Blog do Youssef. 
Ela descreve muito bem o motivo das pessoas serem motociclistas. Aproveitem...



Viajar de moto, porque é tão bom?
Viajar de moto é uma das experiências mais fascinantes que se pode ter nessa vida.
Quem não tem o coração de motociclista provavelmente nunca entenderá o porquê.
Mas até mesmo eu, às vezes, fico me perguntando, afinal, por que é tão bom assim?
Não tenho respostas, só alguns pensamentos.
Em primeiro lugar, viajar de moto evoca sentimentos de tempos e realidades muito distantes de nós. É como nos transportássemos para outra época e, de repente, lá estamos nós com nossa armadura, baixando a viseira de nosso elmo, preparados para uma missão distante e desafiadora. No fundo, mesmo que isso pareça meio estranho, todo motociclista se sente como um guerreiro, deixando a segurança e o conforto de sua casa para ir adiante, desbravar territórios e vencendo desafios.
Também existe um sentimento quase místico, como se estivéssemos saindo de nossa própria vida, vendo o que há lá fora.
Viajar de moto é estar em movimento é deixar a monotonia, a casa, o trabalho, nossa cidade, tudo fica para trás e seguimos adiante, rumo ao desconhecido, mesmo que seja apenas a cidadezinha turística a 100km dali.
Viajar de moto também nos coloca em contato com uma outra vivência de relacionamentos que rompe com os paradigmas da vida moderna. Não há chefe, nem subordinados, apenas amigos, companheiros. E nenhum deles é melhor do que o outro, ninguém está competindo, somente compartilhando.
Há também uma intensa ligação com o campo do conhecimento. Todas as matérias estudadas em uma sala de aula são experimentadas, mas de uma forma muito diferente da que qualquer professor conseguiu nos proporcionar. A matemática está ali o tempo todo: são retas, curvas, tangências, ângulos, 100, 120, 140..., melhor parar por aqui. A física então, nem se fala: inércia, aceleração, movimentos retilíneos uniformes (ou não), calor, velocidade do vento; porque isso não parecia interessante na sala de aula?
A geografia e a biologia também são matérias sempre presentes em vales, montanhas, serras, colinas, rios e cachoeiras, pássaros (sim, eles ainda existem). Até mesmo a história, seja dos lugares ou das pessoas que encontramos, acaba nos atraindo.
O português não fica de fora e nem limitado à leitura de algumas placas; viagem de moto combina com histórias, contos, poesias, música; tudo inserido em longas conversas e não circunscritas às aulas, cadernos e horários.
Em uma viagem de moto também entramos em contato com nossos valores mais elevados. Coisas como liberdade, respeito, responsabilidade, solidariedade, são sempre presentes. Até mesmo nosso contato com o criador é estimulado; nossa mente viaja também, medita, contempla. Diante de todas estas experiências olhamos para o dom maravilhoso que nos foi dado, a vida, e para aquele que nos deu tudo isso e somos levados a dizer, ainda que sem palavras: "muito obrigado".
Fonte:
Blog do Youssef


quarta-feira, 13 de julho de 2016

Motoqueiro ou motociclista é ponto de vista



por motonline de 02.03.2013


Parece que a humanidade tem uma necessidade vital de criar novos nomes para velhas funções. No universo da motocicleta essa tendência já é observada na classificação dos tipos de motos, passando pela especificidade de cada função. Por exemplo, as motos “nakeds” (nuas, em inglês), que são simplesmente as motos como sempre conhecemos desde a invenção da roda, sem qualquer artifício aerodinâmico. Portanto, não precisava receber nenhuma classificação, porque já a chamávamos simplesmente de… moto!


Agora, começou a surgir também a identificação do tipo de motociclista. Os proprietários de motos esportivas começaram a se identificar como “bikers”, como se isso os fizessem diferentes de outros motociclistas. Já as motos esportivas passaram a ser chamadas de “bikes”, que no idioma original significa simplesmente bicicleta! Mas a classificação que mais gera controvérsia, desnecessária, claro, é a de motociclista e motoqueiro.


Vou voltar no tempo. Lá nos anos 60, quando as motocicletas começaram a ser vistas como objeto de prazer e não apenas de locomoção nem de facilitação de transporte urbano. Naquela época, no Brasil, as motos eram praticamente brinquedos de luxo, ligadas a uma vida de playboy.


No começo dos anos 70, mais precisamente em 1973, a Rede Globo exibiu uma novela chamada “Cavalo de Aço” que tinha uma Honda CB750F como uma das personagens mais marcantes (pelo menos para mim!), pilotada por Tarcísio Meira. Ela popularizou a moto que chegaria em grande escala até 1976 e o duro golpe da proibição de importação.


Nessa época, as motos eram chamadas de motocicletas só pelo meu avô e seus colegas. A juventude chamava simplesmente de moto ou pelo carinhoso apelido de motoca. Que tinha o componente charmoso de lembrar outra coisa bem cobiçada, as cocotas (que veio do francês cocotte). As minas, as gatas, eram chamadas de cocotas e a associação com motoca foi imediata.


Daí que os jovens que saíam com suas motocas à caça das cocotas eram chamados de motoqueiros. Podia ser motoquista, assim como quem trabalha com estoque é estoquista e não estoqueiro. A etimologia da palavra motoqueiro remete exclusivamente à motoca. Para quem gostava de se referir ao veículo como motocicleta, podia continuar se definindo como motociclista e pronto.


O termo motoqueiro tinha nada de pejorativo, até meados dos anos 80, quando uma revista especializada começou uma desnecessária campanha para separar os recém motociclistas profissionais, que hoje chamamos de motoboys, dos outros que usavam a moto como meio de transporte e lazer.


E assim surgiu a diferenciação entre motoqueiros e motociclistas. Segundo essa campanha, os motoqueiros seriam aqueles que demonstrassem um mau comportamento no trânsito, usavam a moto como meio de renda ou donos de motos pequenas, criando uma espécie de “classe baixa” dos donos de motos. Já os motociclistas seriam aqueles que exibiam um bom comportamento, usavam motos grandes, como meio de lazer ou transporte de luxo, pertencente a uma “classe alta”.


O resultado é isso que temos hoje: uma inútil e fabricada sociedade de classes entre os usuários de motos, muito mais ligada ao puro preconceito do que à língua portuguesa em si. No nosso idioma, os sufixos “ista” e “eiro” se referem àqueles que trabalham ou vivem de alguma atividade. O jornalista trabalha na produção da matéria prima para o jornal, que é a informação. E o jornaleiro é quem vende o jornal. Nenhum é mais ou menos importante que o outro.


Em São Paulo, o estabelecimento que lava motos anuncia “Lavagem de Motos”. No sul do Brasil, lavagem é a palavra usada para comida de porcos, por isso eles anunciam como “Lavação de Motos”. E a máquina que está na sua área de serviço é uma máquina de lavar e não de lavagem nem de lavação. Portanto tem muito mais de etimológico do que de sociológico nos termos motoqueiro e motociclista.


Pena que o ser humano tem essa necessidade quase vital de criar rótulos e separar os indivíduos em castas. Os proprietários de barco à vela são “contra” os donos de barco a motor e vice-versa. Quem voa de asa delta se acha mais especial do que quem voa de parapente. Todos dividem o mesmo meio, aquático ou aéreo, mas precisam se dividir para ter assunto nos clubes e associações.


Voltando aos motoqueiros e motociclistas, não existe esse conceito de que o motoqueiro é bandido e o motociclista é o mocinho. Tudo papo furado, criado por uma imprensa preconceituosa e desinformada. O que existe são bons e maus motociclistas ou bons e maus motoqueiros. Estou cansado de ver donos de caríssimas BMW ou Harley-Davidson furando farol vermelho, rodando na calçada, fazendo conversão proibida, quebrando espelhos retrovisores dos carros, mas que na rodinha de amigos se proclama motociclista e tem ojeriza de motoqueiros. Da mesma forma vejo todos os dias motociclistas profissionais (hoje chamados de motofretistas) dando exemplos de bom comportamento  e cortesia no trânsito, mas que são chamados de motoqueiros.


A questão é: por que estimular a criação de estereótipos preconceituosos se todos usam e são apaixonados pelo mesmo veículo?


Eu gosto muito de me referir à minha moto como motoca, logo eu sempre fui, sou e serei um MOTOQUEIRO e com muito orgulho!


Fonte: Texto do jornalista Geraldo Tite Simões.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Escolhendo o óleo do motor.


Alguém já parou para pensar a respeito da faixa de temperatura de funcionamento de um motor?
Normalmente, quando trocamos o óleo das nossas motos, mandamos colocar o óleo especificado pelo fabricante. Este é sem dúvida o procedimento mais correto que devemos realizar, pois é o fabricante quem testou exaustivamente e certificou o motor da nossa moto. 
Voltando a falar de faixa de temperatura de utilização de um motor, a gente pode questionar como o mesmo óleo poderá atender às necessidades de lubrificação de um motor que opera em regiões de baixa temperatura, como por exemplo na Serra Catarinense, e também na cidade de Teresina – PI? E se você resolver viajar de moto para Ushuaia em pleno inverno? Será que este mesmo óleo utilizado e recomendado para o Brasil poderá ser utilizado na cidade considerada “fin del mundo”? 
Vamos entender isso!
Por intermédio do gráfico abaixo, podemos ter uma ideia da faixa de temperatura recomendada para óleos lubrificantes multiviscosos para motores.
Assim, verificamos que um lubrificante SAE 20W50 atenderá corretamente as necessidades de operação de um motor, desde -7ºC até aquelas superiores a 40ºC de temperatura ambiente. 
Agora, qual a vantagem de se ter um óleo 5W no motor se não vamos rodar com temperatura de -29ºC por exemplo? Como este óleo é mais “fino” do que um 20W, ele vai, principalmente nas partidas a frio, lubrificar mais rapidamente o seu motor e proporcionar um menor desgaste. Lembre-se sempre que óleos mais grossos dificultam as partidas a frio!
Temos que entender que mais de 75% do desgaste do motor se dá durante a partida. Sendo assim, utilizando lubrificantes mais “finos” o processo de lubrificação dos componentes do motor é mais eficiente, diminuindo o desgaste e o consumo de combustível.
É por isso que hoje quase todos os fabricantes estão recomendando a utilização de lubrificantes com valores de viscosidade baixa antes do W (winter)!
No geral, os motores possuem uma temperatura ideal / operacional de funcionamento (+ 95ºC). É nesta temperatura que eles se tornam mais eficientes e sofrem menos desgastes, desde que estejam utilizando um óleo lubrificante de boa qualidade.
Assim, evite sempre levar ao alto desempenho o motor da sua moto sem que ela esteja próximo à sua temperatura operacional de funcionamento. Rotações altas com motor ainda frio elevam o desgaste e ocasionam uma diminuição da vida útil do motor.
Ao pensar sobre a faixa de temperatura ambiente de operação de um motor, conforme tabela abaixo, saiba que, embora o manual da sua moto muitas das vezes venha a recomendar diferentes tipos de óleos multiviscosos, faça sempre a opção por aquele que tenha o menor número antes do W e que seja, preferencialmente, de base sintética, pois possuem maior aditivação, o que se traduz em melhor qualidade deste produto.
Classes de viscosidade autorizadas recomendadas para a BMW R1200GS ano 2011
SAE 5 W- ≥30
-20...20 °C, Funcionamento a temperaturas baixas
SAE 10 W-40
-10...30 °C, Funcionamento a temperaturas moderadas
SAE 15 W- ≥40
≥0 °C
SAE 20 W- ≥40
≥0 °C
SAE 5 W- ≥50
≥-20 °C, Óleos sintéticos e de primeira qualidade, funcionamento a todas as temperaturas
SAE 10 W- ≥50
≥-20 °C, Óleos sintéticos e de primeira qualidade, funcionamento a todas as temperaturas

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Uso do Militec-1 em motocicletas.


Ultimamente, a gente tem ouvido falar muito dos benefícios do uso do Militec-1 nos motores.

O próprio fabricante enumera vários benefícios do seu uso, informando que proporciona uma economia de combustível e diminui o atrito entre as peças metálicas do motor.

Existem vários testes, na internet, sobre o uso deste condicionador de metais, inclusive com teste de carros rodando sem óleo por vários quilômetros, sem que o motor tenha sido danificado.

Mas será que este condicionador de metais, que “cria” uma  película protetora nas partes metálicas do motor, pode ser utilizado em uma moto, apresentando todos os benefícios propagados pelo fabricante?

Para responder a esta pergunta, existe a necessidade da execução de vários testes em motores de motocicleta, que vão atestar ou não essa eficiência protetora.

Entretanto, acreditando-se nestas propriedades protetoras, ou condicionadoras, como anunciado pelo Militec-1, temos que levá-las ao mundo prático das motos.

Uma vez que o Militec-1 cria uma película protetora, nas partes internas metálicas de um motor, ele acaba protegendo também o câmbio da moto, naquelas que utilizam o mesmo óleo do motor na sua lubrificação. Isto, com certeza, é muito bom, afinal diminui o desgastes das diversas engrenagens, aumentando a sua vida útil.
Agora, e se este mesmo óleo também lubrificar o sistema de embreagem?

Acontece que este sistema é composto por uma série de discos metálicos (chamados de separadores de aço), intercalados por discos com material composto de cortiça (chamados de discos de fricção), que servem para atritar com os discos metálicos e proporcionar a passagem das marchas. Ao aderir aos discos metálicos, o Militec-1 não vai proporcionar a aderência da cortiça ao disco separador metálico da embreagem, fazendo que ela patine e a moto ficará sem a embreagem. 

Disco Embreagem (fricção)


Disco Embreagem (separadores metálicos)

Devemos lembrar que a grande maioria das motos utilizam embreagem multidiscos, banhadas em óleo. Para aquelas que utilizam embreagem seca, como as Ducati, ou óleo do câmbio separado do óleo do motor, como as BMW R1200GS e Harley Davidson, com certeza não haverá problemas na adição do Militec-1 ao óleo do motor! Mas há de se ter muito cuidado quando a sua embreagem é banhada em óleo e você tem a intenção de adicionar o Militec-1.

Pense a respeito e decida sempre na melhor forma de manter a sua motocicleta. 

Bons passeios!

PS: Deixo claro que o presente texto foi escrito com base em pesquisa realizada na internet e não possui base científica de comprovação.